quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Furacão

Ao longe mostrava-se calmo, me confundindo, parecendo ser apenas uma linha vertical no horizonte, mas ao se aproximar mostrou sua violência e insanidade.
A tranquilidade que existia foi arrancada dando lugar a destruição, e como um furacão acredita-se que passará rápido.
Sacudindo, destruindo, deixando rastros, começando pequeno e se tornando grande de repente, e quando me dou conta já estou sendo arrastada para o centro.
No centro é onde existe a calmaria, onde tudo gira desordenadamente em volta.
Talvez se eu soubesse que aquela linha no horizonte, com aparência tranquila e delicada fosse um furacão eu tivesse fugido, ou talvez não.
Talvez a vontade incontrolável de descobrir o que existia no centro do furacão fosse maior e essa curiosidade tem suas consequências, boas e ruins.
A curiosidade é maior que o medo, e em nome da curiosidade é que resolvi ficar no caminho do furacão.
Talvez ele pudesse ter mudado de curso, escolhido outro caminho, não ter vindo em minha direção, mas acredito que o furacão também quis pagar para ver e decidiu me cercar e me arrastar para o seu centro.
Me jogando de um lado para o outro, uma hora me colocando na calmaria, outra na confusão, me levou para muito longe de onde eu estava e de repente novamente tudo foi atirado para fora no meio da destruição que deixou ao passar.
Assim fiquei eu ali, atonita, sem saber o que fazer, o que dizer e para onde ir, apenas estática, vendo o furacão perder sua força, se tornando novamente uma linha calma no horizonte e desaparecendo novamente.
Porém é sabido, que após a passagem do furacão é possível reconstruir tudo novamente, não como antes mas é possível chegar perto do que era antes, até que o furacão resolva passar novamente.